Fundação: 1909 - Molsheim, França
Fundador: Ettore Bugatti
Proprietário: Volkswagen Group
Site: https://www.bugatti.com/fr/home/
A Automobiles Ettore Bugatti foi uma fabricante francêsa de automóveis, fundado pelo italiano Ettore Bugatti em 1909 na cidade de Molsheim, Grand Est, na França. A empresa era conhecida pelo nível de detalhe de seus automóveis, e pela maneira singular com que os projetos eram executados, dada a natureza artística da família de Ettore. Seu pai, Carlo Bugatti (1856-1940), foi um importante designer de móveis e joias da Art Nouveau.
Ettore Bugatti nasceu em 1881, na cidade italiana de Milão e desde cedo se mostrou interessado por mecânica. Aos 18 anos, para desgosto do seu pai, abandonou a Escola de Belas Artes de Milão, e foi contratado como aprendiz da empresa Prinetti & Stucci, uma fabricante também milanesa, de máquinas de costura, bicicletas e veículos motorizados, fundada em 1883 por Augusto Stucchi e Giulio Prinetti. Lá ele participou de seu primeiro projeto automobilístico, um triciclo motorizado.
Desde então, ele trabalhou em várias empresas, até que fixou residência na cidade francesa de Molsheim, onde em 1908, conseguiu financiamento para construir seu primeiro veículo, o Bugatti Type 10. O projeto foi bem-sucedido e em 1909, Ettore fundou oficialmente sua fábrica de automóveis, prezando pela beleza e funcionalidade de cada carro que produzia. Todas as peças de um Bugatti, além de ter excelente qualidade tinham que apresentar uma aparência impecável, avaliada pelo próprio Ettore.
Nos veículos de competição, ele encontrou uma excelente fonte de financiamento, posto que os pilotos da época, pagavam qualquer quantia para terem automóveis competitivos nas pistas. E se esses mesmos veículos recebessem para-lamas e para-choques, poderiam ser comercializados como carros de passeio elitizados. Foi assim com o Bugatti Type 13 Brescia, lançado em 1911, que venceu várias competições, inclusive o campeonato de Brescia de 1920 e gerou uma versão touring que trouxe excelente resultado financeiro para a empresa.
Ao Bugatti Type 13, seguiram-se o Bugatti Type 15 de 1913, o Bugatti Type 17 de 1914, o Bugatti Type 22, de 1922 e o Bugatti Type 23 de 1924, todos muito bem recebidos pelos consumidores e entusiastas da marca francesa. Mas em 03 de agosto de 1924, Ettore apresentou ao mundo o excepcional Bugatti Type 35, um dos automóveis de proporções mais perfeitas já criados e o mais bem-sucedido carro de corrida da marca, vencendo mais de 1.000 competições nos maiores campeonatos tanto na Europa como na Austrália e quebrando 47 recordes durante sua produção que foi até 1931.
O Type 35 Touring foi sucesso de vendas entre os jovens abastados dos anos de 1920, e tornou a Bugatti uma marca respeitada e desejada. Há inclusive uma história que diz que Isadora Duncan morreu em Type 35, quando seu cachecol se prendeu a roda em movimento. No dia 1 de maio de 1925 o senhor Ettore registrou o slogan “Le pur sangre des automobiles” ou “O puro sangue dos automóveis”. Para os carros Bugatti.
Em meados da década de 1920, Ettore ouviu uma crítica dizendo que embora seus carros fossem bons, os verdadeiros cavalheiros preferiam os Rolls-Royces. Embora soubesse que os veículos produzidos por sua concorrente britânica fossem inferiores aos seus, era fato que a nobreza ainda os preferia, e se beneficiando dessa crítica, em 1927 ele lançou o elegante Bugatti Type 41 ou Bugatti Royale, como ficou conhecido.
O modelo ostentava um elefante de bronze feito por Rembrandt, irmão mais novo de Ettore. Media 4,32 metros de entre eixos, pesava mais de três toneladas, tinha peças banhadas em prata e custava o equivalente a três modelos Rolls-Royce Phantom II. O modelo posicionou a Bugatti acima da Rolls-Royce no quesito carro de luxo, mas também foi responsável pelo início de seríssimos problemas financeiros para a empresa, devido a seu altíssimo custo e a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 que deu origem à grande depressão. Apenas sete carros foram produzidos entre 1927 a 1933, sendo que um foi totalmente destruído.
Em 1933, Ettore se mudou para Paris e passou a se dedicar ao seu novo negócio, os trens Bugatti. A fábrica de automóveis ficou sob responsabilidade de seu filho Jean Bugatti, que já a administrava desde 1931, quando tinha apenas 22 anos. Sob a administração de Jean, a empresa lançou em 1934, o Bugatti Type 57, um clássico que vendeu 710 unidades, até 1940 quando sua produção foi encerrada. Porém, esse automóvel marcou uma tragédia na história da lendária marca francesa. Em 11 de agosto de 1939, Jean, faleceu em um acidente, enquanto testava o Bugatti Type 57SC. Ettore, entrou em profunda depressão e jamais se recuperou. Em 21 de agosto de 1947, ele faleceu aos 65 anos de idade.
Seu outro filho, Rolland Bugatti, tentou manter os negócios e ainda lançou o Bugatti Type 101, em 1951. Porém, com a chegada da segunda grande guerra, a fábrica de Molsheim havia sido destruida e a empresa perdeu o controle da propriedade. Eles ainda cogitaram a construção de uma nova fábrica em Levallois, mas em 1952 a situação se tornou insustentável e a Bugatti fechou as portas e encerrou a fabricação, passando a comercializar apenas peças para aviões. Um protótipo denominado Bugatti Type 251, foi feito em 1955, com intuito de manter o negócio , mas ele não chegou a ser comercializado.
Nasce nova Bugatti
Romano Artioli adquiriu a marca Bugatti em 1987 e criou a Bugatti Automobili S.p.A. Ele contratou o arquiteto Giampaolo Benedini para projetar uma nova fábrica que foi construída em Campogalliano, Modena, Itália, a partir de 1988 e inaugurada em 1990.
Em 1991 a empresa apresentou o novo Bugatti EB 110, uma obra dos designers da Lamborghini, Paolo Stanzani e Marcello Gandini. Porém, quando o EB110 chegou ao mercado, a economia norte-americana e europeia estavam em recessão, o que comprometeu seriamente as vendas da Bugatti, fazendo com que ela decretasse falência em setembro de 1995.
Em 1998, a Volkswagen AG adquiriu a marca Bugatti e contratou Giorgetto Giugiaro da ItalDesign, sediada em Moncalieri, Itália, para produzir o primeiro veículo da nova Bugatti, naquele mesmo ano. O carro conceito denominado Bugatti EB118, estreou no Salão do Automóvel de Paris, e um ano depois foi apresentado no Salão de automóveis de Genebra e de Tóquio. Porém ele não foi comercializado.
Em 2005, a Bugatti Automobiles S.A.S. começou a montar seu primeiro veículo de produção regular, o Bugatti Veyron 16.4. Era um superesportivo com motor W16 de 8 litros, equipado com quatro turbo-compressores, que foi produzido no novo "estúdio" de montagem em Bugatti, que retornou a sua cidade natal, Molsheim, na França. O Veyron, seguindo a tradição Bugatti, foi considerado em seu tempo, o mais caro e mais rápido veiculo produzido em linha. Sua velocidade final era de inimagináveis 400 km/h e fazia de 0 a 100 em apenas 2,4 segundos.
Foram produzidas 4 séries desse excepcional veículo. O Veyron 16.4 foi produzido de 2005 até 2011. Entre 2009 e 2015 foi a vez do Veyron Grand Sport e do Veyron Super Sport, esse último, produzido apenas nos anos de 2010 e 2011. De 2012 até 2015, quando a produção foi encerrada, a Bugatti produziu o Veyron Grand Sport Vitesse.
Em 1 de março de 2016, a Bugatti apresentou no Salão de Genebra, o Bugatti Chiron. Um hiper esportivo com motor central, projetado por Achim Anscheidt, que conseguiu cumprir a difícil tarefa de substituir o Veyron. Seu nome foi dado em homenagem ao piloto nascido em Mônaco, Louis Alexandre Chiron (3 de agosto de 1899 - 22 de junho de 1979). Em 2017, na pista oval da Volkswagen em Ehra-Lessien, o Chiron, pilotado pelo colombiano Juan Pablo Montoya, bateu um recorde mundial quando fazendo 0-400-0 km em apenas 41,96 segundos em uma extensão de 3,2 quilômetros.
Atualmente a Bugatti tem uma produção bastante limitada. Apenas 50 veículos são entregues a cada ano, após o pedido, o comprador espera em média 18 meses para receber seu veículo, e os Bugattis são exportados para todo o mundo. O Grande Ettore Bugatti, certamente se orgulharia dos caminhos seguidos pela sua empresa.
