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Cafe Racer

As Cafe Racer são motocicletas leves customizadas para serem velozes e altamente manobráveis, deixando o conforto em segundo plano. Foram pensadas para uso em distâncias curtas e no menor tempo possível, e nesse contexto, ficaram conhecidas pelo seu minimalismo visual, com guidões baixos, pouca carenagem, assento retos e tanque de combustível alongado.

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O termo foi criado entre os entusiastas da motocicleta britânicos do início dos anos 1960, mais especificamente pelos Rockers ou "Ton-Up boys”, como eram conhecidos, que utilizavam suas motos para corridas curtas entre os “cafés” de Londres. Cabe aqui uma rápida explicação sobre os “Cafes”, de fato, eram bares espalhados pela cidade e frequentados pelos motociclistas que queriam beber e exibir suas motos.

 

Cafe Racer

Em 1973, o escritor freelance, americano, Wallace Wyss, escreveu um artigo para a revista “Popular Mechanics”, expressando sua indignação pela forma depreciativa com que a Europa em geral tratava esses motociclistas, sugerindo que eles transformavam as ruas de Londres na prova da Ilha de Man TT”. No texto, Wallace defendia que eram apenas um grupo que se dedicava às suas motos e gostava de tê-las ao ar livre e ao lado de suas mesas, para que outros admiradores pudessem vê-las.

 

 

A CONFIGURAÇÃO DA MOTOCICLETA

 

Era fácil reconhecer um piloto de Café Racer, que andava pelas ruas londrinas. Além de pilotarem motos leves, e quase sem acessórios, a posição que adotavam, pela própria característica da motocicleta e pela velocidade que queriam atingir, era diferente de qualquer outro estilo de motocicleta.

Cafe Racer

Os guidões eram baixos e estreitos, justamente para forçar a posição mais aerodinâmica possível para o piloto, que por estar curvado, oferecia menor resistência ao vento e maior controle. As carenagens eram eliminadas ao máximo, assim como quaisquer peças que pudessem aumentar o peso das motos. Os bancos eram retos e em alguns casos, usavam apenas um apoio no final do banco, conhecido por “cupim”. Eles realmente usavam o mínimo necessário para que a moto andasse o mais rápido possível.

Um exemplo dessa busca pela configuração perfeita, que se tornou muito conhecido, foi a “Triton", uma motocicleta feita nas garagens de seus proprietários que combinava o quadro Featherbed da Norton, com o motor da Triumph Bonneville.  Mas essa ainda era uma combinação cara para os pilotos da época, aqueles com menos dinheiro poderiam optar por um motor "Tribsa" da Triumph em um quadro BSA, ou o motor Vincent V-Twin em um quadro "Norvin", enfim, não havia limites para a criatividade dos que queriam viver aquele momento.

 

 

EVOLUÇÃO

 

Em meados da década de 1970 as motos japonesas já tinham ultrapassado as britânicas em vendas e mudados o cenário das corridas pelo mundo, pelas mudanças que adotaram, por exemplo, os tanques metálicos e muitas vezes sem pintura, foram substituídos por novos de fibra de vidro, e o que mais chamou a atenção foram os preços competitivos que vinham junto com as inovações tecnológicas. As Kawasakis e as Hondas de dois e quatro cilindros, passaram a disputar o espaço das ruas londrinas.

 

Em 1977, as Café Racers, estavam tão erraigadas na cultura britânica e disseminada pelo mundo inteiro, que muitas fábricas lançaram modelos de fábrica para esse fim. Modelos como a Le Mans da Moto Guzzi, a XLCR da Harley Davidson e a GB500 da Honda. Outras como Benelli, BMW, Bultaco e Derbi, também entraram na concorrência. A partir desse momento, o estilo ficou marcado na história do motociclismo e a vontade de tornar as motos mais rápidas e poderosas, seguiria até os dias de hoje na alma dos amantes das duas rodas.

 

SUBCULTURA

 

Os “Rockers” eram os rebelde do rock and roll e queriam motos rápidas, barulhentas e personalizadas para correrem entre os cafés londrinos e pelas estradas do país. A meta era chegar às 100 milhas ou 160 km/h. O teste era bastante simples, os competidores estabeleciam um percurso, colocavam uma moeda na Jukebox e o piloto deveria fazer o percurso e voltar, antes que a música chegasse ao fim. Mas o autor Mike Seate alega que essa história não passa de um mito, que se originou em um episódio da “BBC Dixon” do programa de televisão “Dock Green”. De qualquer forma, esses pilotos são lembrados como sendo apreciadores do Rock&roll e sua imagem ficou incorporada a cultura rocker, até hoje.

Cafe Racer

 
 
 

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