Juan Manuel Fangio
- Nino Albano
- 13 de jul.
- 2 min de leitura
Juan Manuel Fangio foi um dos maiores pilotos de todos os tempos, nascido em 24 de junho de 1911 em Balcarce, Argentina, filho de imigrantes italianos que o ensinaram o valor do trabalho duro e da honestidade. Ainda na infância deixou os estudos para aprender mecânica, e aos 13 anos já ajudava em uma oficina, descobrindo aí sua paixão por carros.

Aos 25 anos, começou a competir em corridas na Argentina, usando seudônimo, e em 1940 venceu o Gran Premio Internacional del Norte, uma prova de resistência épica entre Buenos Aires e Lima, e foi bicampeão argentino de Turismo Carretera.
Com apoio do governo de Juan Perón, Fangio levou sua carreira à Europa em 1947, onde brilhou na Fórmula 1 desde sua estreia no campeonato em 1950 com a Alfa Romeo. Fangio conquistou cinco títulos mundiais (1951, 1954–57), em quatro equipes diferentes: Alfa Romeo, Mercedes-Benz, Ferrari e Maserati — um feito único na história da F1 . Em 51 Grandes Prêmios disputados, alcançou 29 poles, 23 voltas rápidas e 24 vitórias, chegando ao pódio 35 vezes — um índice de sucesso que supera em muito qualquer outra era da F1.

Sua ascensão foi marcada por corridas lendárias como a do GP da Alemanha de 1957, no Nürburgring: após um erro na troca de pneus que o deixou quase um minuto atrás, ele bateu recordes de volta por sete vezes consecutivas e conseguiu uma vitória fantástica, conquistando o quinto título.
Também foi o primeiro argentino a vencer o GP de Mônaco (1950), liderando de ponta a ponta .
Além de sua habilidade impressionante, Fangio era admirado por sua personalidade nobre: humilde, respeitoso e sempre próximo dos mecânicos – ele mesmo muitas vezes ajudava no trabalho da equipe.
Seu caráter conquistou rivais como Stirling Moss, que o chamava de “Maestro” e dizia amar Fangio “como um pai”. Até mesmo Enzo Ferrari, que criticou sua lealdade, reconheceu que Fangio sempre buscava o melhor carro disponível.
Em 1958, após o sequestro por guerrilheiros cubanos — que o libertaram após alguns dias, encantados com seu carisma — ele decidiu se aposentar e retomou funções na Mercedes-Benz Argentina, presidiu o museu em Balcarce e dedicou-se à família até falecer em 17 de julho de 1995, em Buenos Aires, aos 84 anos.

Fangio deixou um legado inigualável: o maior percentual de vitórias na F1 (46 %), campeão mais velho (46 anos), e único a triunfar por quatro equipes diferentes. Mais do que um piloto, era um exemplo de integridade e excelência humana, mostrando que elegância, respeito e determinação andam lado a lado com o talento. Sua trajetória é inspiração pura — uma aula de vida e velocidade que ainda hoje emociona apaixonados por corridas.
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