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Acelerando com Ken Miles


Ken Miles, Kenneth Henry Miles, ford vs Ferrari
Ken Miles (1918 - 1966)

Kenneth Henry Miles nasceu em 1 de novembro de 1918 na cidade inglesa de Sutton Coldfield. Aos 15 anos começou a trabalhar como aprendiz na Wolseley Motors, onde conheceu e se apaixonou pelos motores e pela construção de veículos.


Com a chegada da segunda guerra mundial, Ken serviu as forças armadas britânicas e graças a seus conhecimentos sobre mecânica, passou a cuidar dos veículos das tropas, chegando ao posto de sargento em 1942. Dois anos depois, ele foi designado a unidade de tanques e participou do desembarque na Normandia, no que ficou conhecido como “dia D”.


Após a guerra, ele começou a competir em pistas europeias, aperfeiçoando e pilotando carros de marcas famosas como Bugatti, Alfa Romeo, MG entre outros. Em 1952, já com 34 anos, se mudou para os Estados Unidos e se tornou gerente da Gough Industries, que era uma distribuidora MG, para o sul da Califórnia.


Pilotando um MG que ele próprio projetou e construiu, obteve 14 vitórias consecutivas nas corridas SCCA (Sports Car Club of America). Em 1956, Miles trocou o MG por um Porsche 550 Spyder, um ano depois ele projetou a adaptação de um conjunto de motor e transmissão Porsche 550S um Cooper, o carro ficou conhecido como “Pooper” ou “Cocô”, em uma tradução livre.


Esse carro dominou a classe “F” da SCCA nas temporadas de 1957 e 1958, com Miles o volante e provou sua competência como engenheiro de carros e como piloto, o que chamou a atenção de Carol Shelby, que o convidou para fazer parte da equipe de corrida Shelby América, pilotando um Cobra.

Ken Miles, ford vs Ferrari
Porsche-Cooper "Popper"

Seu sotaque britânico era marcante e seu senso de humor bastante ácido. Além disso, ele falava pelo canto da boca o que lhe rendeu o apelido de “Sidebite” entre seus parceiros de equipe. E entre 1962 e 1965 ele levou o Shelby Cobra 289 a brilhar na SCCA, USRRC, FIA e Daytona.


Em 1965, ele compartilhou um Ford GT MkII com Bruce McLaren nas 24 Horas de Le Mans, o resultado não foi bom, devido a problemas na caixa de câmbio. No início do ano, também com a McLaren, ele terminou em segundo nas 12 Horas de Sebring.


No ano seguinte, ele venceu as 24 Horas de Daytona, compartilhando o Fod GT MkII com Lloyd Ruby, e as 12 Horas de Sebring com Denny Hulme. Miles estava liderando as 24 Horas de Le Mans de 1966 com mais de 4 minutos de vantagem em relação ao segundo colocado, mas o executivo da Ford, Leo Beebe, desejando uma foto publicitária de três de seus carros cruzando a linha de chegada juntos, instruiu Carroll Shelby a ordenar que ele reduzisse a velocidade.


Assim, Miles, Bruce McLaren e Chris Amon, cruzaram a linha juntos. Os oficiais da prova concordarem inicialmente com o empate da Ford, mas como McLaren havia saído atrás da Miles na largada, foi dada a ele a vitória, pois tinha cumprido o maior percurso durante as 24 horas, o que é a regra da competição. Se não fosse por isso, ele venceria Sebring, Daytona e LeMans no mesmo ano, o que nenhum outro piloto havia conquistado.


Em agosto de 1966, Shelby American retomou o trabalho de teste e desenvolvimento com Miles servindo como piloto de teste principal. Depois de quase um dia de testes no Riverside International Raceway no clima brutalmente quente do deserto do sul da Califórnia, Miles se aproximava do final da pista a mais de 300km/h quando perdeu o controle do carro, bateu e pegou fogo. Miles foi ejetado e morreu instantaneamente aos 47 anos.


Como legado ele ainda encontrou falhas no projeto do carro, que foram corrigidas e deram origem ao Ford Mk IV. Daí para frente o carro venceu as 24 horas de Le Mans em 1967, 1968 e 1969. Miles foi incluído no Motorsports Hall of Fame of America em 2001 e recentemente, em 2019, partes de sua história foi contada no filme Ford vs Ferrari.


Ken miles, Carol Shelby, Ford vs Ferrari
Ken Miles e Carol Shelby



 
 
 

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